Samira Diorama de Fonseca

Samira Diorama de Fonseca

  • O Mistério da Casa da Cultura

    Segmento: Literatura

    Em uma das frases mais conhecidas da literatura universal o célebre romancista russo Liev Tolstói armara “Se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia”. A despeito de quaisquer objeções que se possa fazer a esta armativa, o que a história da literatura denuncia é que a universalidade de um escritor, dentre outras prerrogativas depende de sua situacionalidade histórica, geográca, existencial etc. E assim sendo vê-se Jorge Amado conquistando o cosmopolitismo a partir do referencial da Bahia de todos os santos; Drummond e suas retinas de eterno itabirano; James Joyce reinventando a odisséia de Homero em Dublin; Chester Himes e seus detetives do Harlem; Dalton Trevisan vampiro curitibano ou Josué Montelo entre fachadas de azulejos e o cais da sagração.

    Neste “O Mistério da Casa de Cultura”, a jovem escritora Samira Fonseca revela seu talento em uma obra de estréia que segue o bom e velho conselho do autor de Guerra e Paz. Com talento e simplicidade tece a trama de uma narrativa objetiva na qual (re)visita sob uma perspectiva ccional de mistério e aventura, a história, as pessoas e os valores culturais da terra de Mariana Luz. A saga de Lucas Bitencurt e Célia Lages em esclarecer o estranho e improvável suicídio de Damasceno na Casa de Cultura Cultura Profº João Silveira os leva a mergulhar em uma perigosa e bem-humorada investigação que envolve um segredo que poderá mudar os rumos da história itapecuruense. A presença de personagens reais presta homenagem a pessoas que fazem a cultura de Itapecuru-Mirim, a exemplo de Célia Lages, incansável agente cultural e o Historiador e Locutor Zé Jorge. Com leveza e sensibilidade, Samira Fonseca visita as ruas, a velha Rampa, o rio e a cadeia velha, onde o Negro Cosme esteve encarcerado e de onde saiu para o martírio. Em que pese a avaliação crítica da narrativa que haverá de ser esquadrinhada por coetâneos e pósteros, “O Mistério da Casa da Cultura” constitui um marco na história literária contemporânea de Itapecuru- Mirim, seu advento permite-nos falar de uma nova “LITERATURA ITAPECURUENSE”, que entre percalços e acertos descortina horizontes alvissareiros em uma longa tradição de homens e mulheres que cultivaram as letras e as coisas do espírito. Com a publicação dessa obra de estréia, Samira Fonseca talha com a pena do talento seu nome nos umbrais da imortalidade literária, umbrais onde já se lê os de Mariana Luz, Viriato Correa e tantos outros vultos históricos. Acalentando a certeza que a esta obra advirão outras manifestações de talento a consolidar a maturidade estética, parabenizamos à jovem ccionista. 

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